terça-feira, 2 de agosto de 2011

Surpresas da Vida


Transitava pela cidade e, como em qualquer cidade, um acidente.

Bombeiros, policiais e ambulâncias.
Tudo indicava a existência de feridos
ou, quem sabe, mortos.
Aproximando-me do acidente, trânsito ralentava.
Parecia fila para o maior espetáculo da Terra.

A atração eram anônimos de corpo presente,
se algo além do corpo ... ?
Não sei.
Quanto mais seriamente prejudicado o corpo,
com poças de sangue a servir de decoração,
mais atraente o espetáculo.

Era algo de impressionar o mais insensível dos seres:
Um casal e três crianças distribuídas pelo asfalto.

Eis a melhor das diversões gratuitas proporcionado ao ávido público urbano.
Ávido por algo que lhes tire da inércia, do tédio.
Ávido por algum fluido de vida, mesmo que esteja escorrendo pelo asfalto...
Diga-se de passagem que, naquela via de passagem, o direito a olhar ao brusco rompimento da vida era de apenas alguns segundos para cada espectador.

Também pudera... gratuito....não se pode exigir muito, não é?

E que cada um saia dali com a impressão que lhe cabe por direito:
De repente, de surpresa, podemos nos ver privados da vida que conhecemos.

LibaN RaaCh

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