sábado, 21 de abril de 2012

A Roda-Gigante do Parque de Inversões


Um rolimã é composto de uma roda externa e outra interna havendo, entre as duas, um conjunto de esferas alinhadas permitindo que os movimentos de uma sejam independentes em relação à outra.

Assim, enquanto a roda externa está em rotação no sentido horário, por exemplo, a interna pode estar em rotação anti-horária, ou parada, ou no mesmo sentido horário.

Posto isso, podemos nos considerar fixados na roda interna, como se estivéssemos dentro de um veículo. Os movimentos no espaço-tempo da Vida podem ser comparados aos movimentos deste veículo-rolimã. A direção e o ritmo da Vida ditados pelos movimentos da roda externa; enquanto nossas idiossincrasias, nossas susceptibilidades, nossos melindres e todo imenso arcabouço de uma subjetividade individual correspondem aos movimentos da roda interna.

Na relação de uma roda com a outra cabem infinitas variações – tantas quanto o número de seres humanos que viveram, vivem e ainda viverão neste planeta desde o seu surgimento. Nesta relação, a velocidade de rotação, a direção e a nossa posição no interior da roda interna, são as variáveis a considerar.

Por muitas que sejam as realizações em nossa vida, elas ficam circunscritas ao âmbito desta roda interna, como tudo o mais que é percebido por nossos órgãos sensoriais.

Esta é a roda-gigante onde muitos permanecem neste Parque de Inversões que tem sido a civilização.

No âmbito da roda externa, onde reside o comando sobre a Vida e a Morte, ficam as realizações que não podem ser vistas, nem ouvidas, nem degustadas, nem farejadas e muito menos tateadas. E ainda assim, continuam sendo realizações.

Quanto mais integralmente cônscios de nossa unidade com a roda externa, com a imaterialidade, mais fortemente tenderemos a sincronizar os movimentos da roda interna com ela. Sem necessidade de ‘forçar’ esta sintonia. Pois o ‘forçar’ transforma-se, facilmente, em repúdio.

Conforme os movimentos destas duas rodas se alinham, elas tendem a se fundirem naturalmente. E a Roda agigantada se contenta por ficar inserida no verdadeiro Parque de Diversões em que se transforma o Universo.

LibaN RaaCh   

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Confronto Final


Ficamos de tal maneira envolvidos em determinadas situações que temos a impressão de estarmos em uma ‘sinuca’, em ‘xeque-mate’. Suscitam-se, então, em nós, os sentimentos de medo, desespero, ansiedade e desamparo.

Mesmo quando estamos atentos para não aderir às propostas de confronto, torna-se inevitável presenciar atitudes e comportamentos com indícios claros a favor do embate.

Qualquer argumentação oral em situações de semelhante armistício tenso, visando fazer valer um ponto de vista mais próximo da verdade, de nada vale para restituir o estado pacífico mais propício à revelação desta mesma verdade.

Enquanto a onipotência de uma realidade incorpórea predominante estiver fora do alcance de um dos lados envolvidos, as verbalizações – ou outras formas exteriores de manifestação – serão, simplesmente, inúteis. Pois, em meio à tormenta, ouvir o acalanto da imanente bonança é para quem tem os ouvidos fechados aos estrondos da tormenta.

Impossível convencer sobre a substancialidade do arco-íris a quem se encontra embaraçado nas teias de conceitos lancinantes, apesar do arco-íris estar visível a olho nu; contudo, intangível ao tato.

Construções verbais podem conter atributos de originalidade no arranjo erudito das palavras, porém, enquanto não estiverem recheadas de brandura amorosa, estarão desprovidas do seu potencial para serem apreendidas em seu sentido mais numinoso.

Relatos, seminários, encontros ou mesmo ‘satsangs’ podem – até – servirem ao fomento da poção tangível do arco-íris, desde que estejamos embevecidos com o espírito de servidão...

... sim, servidão...
... no sentido mais humilhante contido na palavra ‘servidão’...

Aquele sentido que dispõe de todos os nossos desejos e objetivos e metas a servir... ao serviço da amorosidade. De uma amorosidade impossível de tangenciar por meios verbais.

Quando o Verbo se faz presente, tudo o mais se ausenta.

Na presença do Verbo, a dor se cala.
Qualquer estado enfermiço se cala.
E a vontade de confronto é um estado enfermiço.
A humilhação dá lugar à humildade.

E a saudade dos amigos,
A saudade dos afetos,
Fica... fica feito o som do arco-íris...

LibaN RaaCh
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