Missão

Pátio dos convalescentes

Todos fazemos algum ato confirmatório diário de nossa profissão de fé. Um ato onde reafirmamos o que somos e o que queremos diariamente.

O meu é reler escritos. O que faço através deste blog.

Ainda que escrever não seja uma profissão, eu o faço com muita fé.
Por isso, considero este blog uma espécie de recanto, de parque, de pátio, por onde caminho... de texto em texto... e vou sendo ... lentamente... arrebatado.

Arrebatado, convalesço das minhas dores, dos meus sofrimentos que, quando comparados às doenças terminais ou à angústia do suicida, tornam-se coceguinhas na barriga. Mas é em mim que elas doem e, portanto, por meio delas me aproximo dos doentes terminais e dos angustiados.

Leio e releio para me criar... para me criar em acordo com os escritos. Para fazer jus a esses registros enlevados do ser. Entretanto, no decurso das horas, desacordos proliferam: uma coisa quebrada aqui, condução para tomar, trânsito, tarefas para cumprir, contas para pagar (essa é a pior)... ARRRGHHH!

Nada disso tem importância. Mesmo assim, a menor destas coisas sem importância, quando não realizada, converte-se em foco contagioso, difundindo mal-estar em tudo...

Pode-se dizer que estas coisas, então, ganham importância? NÃO. Continuam menos importantes do que o prevalecimento de um estado acolhedor do ser.

Só consegue acolher quem tem reservado um espaço dentro de si. Um espaço vazio... um vazio! Se vazio estou, cada instante vivido ganha qualidade de inédito. E consigo fazer coisas rotineiras desimportantes terem significado pelo acolhimento silencioso no vazio do meu ser... pela infusão do inédito no velho.

Isso é criar. Isso me torna único e insubstituível!

Como torna únicos e insubstituíveis todos aqueles que assim procedem. Porque cada um tem a sua estória e a maneira particular de assimilá-la personifica como cada um disponibiliza o seu vazio.

Sem abrir um vazio, um vácuo, nenhum feito abrigará autenticidade.
Nenhuma frase, dita ou escrita, conterá substâncias nutritivas em forma de palavras.

Nabil Chaar

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