quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Desvelos do bem-querer



Um chumaço de velas juntas faz a chama de uma acender à outra que, por algum motivo, se apagou.
Assim também acontece no bem-querer da amizade... no bem-querer despojado do interesse diverso.
Se, por ventura, a chama de alguém se apagar, lá estará o tremeluzir típico das chamas ao lado que, ao sabor despretensioso do vento, acariciam o pavio apagado e o revitalizam.
Que medida tem um bem-querer deste quilate..."quilate" mas não morde?

(Inspirado em um bate-papo com os confrades Nelson e Deca)
LibaN RaaCh

Desvios


Os desvios da nossa trajetória, como estão incorporados a esta mesma trajetória, deixam de ser desvios. 

Enquanto percebidos como desvios, mantêm-nos deslocados; tão logo percebemos sua inclusão na trajetória, nem mesmo a ausência de desígnios retiram a compassiva clareza acrescida às nossas convicções.

É dever de caridade disponibilizar este livramento a todos.

LibaN RaaCh 


domingo, 23 de outubro de 2011

Estiagem


Há períodos de erosão, como este que vivo, onde o solo do meu jardim fica árido, seco... sem vida.


Períodos sem trabalho.

Mesmo o vasinho no parapeito da janela demora a florescer.

Liban RaaCh

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Prioridades


            No atropelo do mundo todo para vencer ou vencer, priorizar nossas tarefas tem sido sinônimo de piorizar nossa natureza humana.

LibaN RaaCh

sábado, 15 de outubro de 2011

As Chagas do Inferno nosso de cada dia



O sofrimento moral, a dor emocional, nos remete às trevas de nossa personalidade. Visitar as trevas de nossa personalidade, lançar um olhar sobre elas... mais do que um olhar, mergulhar nelas... nos deixa atolados até o pescoço de um líquido viscoso, como areia movediça.
Quanto mais nos movimentamos nesta viscosidade, tanto mais afundamos.

E a dor emocional é subjetiva. 
Para muitos, nem considerada é... nem é considerada real.

Quem realmente vivencia um sofrimento emocional, sente tanta dor que fica inconformado com a ausência de uma chaga visível, fica inconformado em gozar de um organismo físico em perfeito estado de saúde.
Querendo tornar o sofrimento moral, a dor emocional, tão visível a olhos alheios quanto o é no íntimo, impingimos comportamentos limítrofes ao nosso corpo, na esperança de deixar nele as marcas das nossas chagas emocionais.

No entanto, dor emocional é apenas um nome... um nome que nos acostumamos a dar para o contato com o que há de mais profundo em nós. Porque temos aumentado tanto a viscosidade dos corpos constituintes de nossa natureza encarnada que para entrar em contato com o mais sutil e profundo em nós mesmos há, de início, impacto. 

Impacto que machuca, que causa dor, dor subjetiva... dor que chamamos de dor emocional.

A pretexto deste contato com o mais sutil em nós mesmos podem haver relacionamentos frustrados, ou frustrações no campo profissional, ou mesmo a perda de algum ente querido.
Não é a perda de um ente querido que gera dor emocional, mas é a necessidade de contato com o que há de mais íntimo que gera episódios de aparência trágica como a perda de um ente querido.  
Então, quem já está em contato com o que há de mais íntimo não sente dor, nem mesmo com a perda de um ente querido?

Não, não sente dor, pois o mais íntimo é imorredouro. 

O contato com o imorredouro em nós está unido ao imorredouro do outro, tornando a separação uma ideia desprovida de sentido.
Onde a união está entranhada, a separação não é estranhada... nem chorada!

LibaN RaaCh

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Intermitência


A gente se acostuma
com o acordar cedo todos os dias
e com as idas contínuas ao trabalho.

E este costume adormece dia-a-dia
o estado de acordado.
E as aptidões mais genuínas vão sendo soterradas por uma avalanche de tarefas.
 A sintonia com o magistral arcabouço de suprimentos indivisíveis,
indivisíveis a visões estreitas, torna-se descontínua.

Aos poucos, minha visão está se estreitando...

Com vagar, caminho ao fechamento definitivo das minhas pálpebras 
às belezas e às dores de uma realidade comum.

O incomum me espreita e me acena
como um estranho rosto - de quem guardo vaga lembrança - em meio a multidão.
Intrigante por ser vaga....
Absolutamente sem graça por ser estranho!

Que saudade dos meus confrades!

LibaN RaaCh

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Maior Abandonado


Necessário é a cada um experimentar por si mesmo a fase de ficar dias... semanas... às vezes meses... sem perspectiva de remuneração, sem perspectiva de emprego. Assim, providencialmente assim, terá oportunidade de manter contato com o abandono.
Depois de reiterados pedidos de ajuda a conhecidos e não-conhecidos, chegará o momento onde estará absolutamente só... em solidão resignada... e vivenciará, então, o autêntico abandono!

Abandonará o sentimento de inferioridade advindo da falta de perspectiva. Abandonará cobrar ajuda dos outros. Abandonará a ansiedade pela busca de colocação.

Sem nada mais a esperar de ninguém – nem de si mesmo – irá constatar um fato inegável: continua vivo!
A partir desta constatação visceral, visceral mesmo, terá início a nova jornada... a jornada de um novo Ser Criado e Recriado no Eterno Agora... até uma próxima vez...

LibaN RaaCh

domingo, 2 de outubro de 2011

Mercadores de Ilusão



Abstrair-se de uma situação de desconforto físico ou emocional exige entrar em uma espécie de transe.

 Este é o motivo que permite a centenas de pessoas – aglomeradas feito insetos – relevarem as grotescas condições de conforto às quais se sujeitam, voluntariosamente, em um mega-show, muitas vezes se sacrificando para pagar o preço do ingresso.

E passarão noites e dias seguidos desacreditando das habilidades inatas que os capacitam a vivenciarem momentos tão intensos – durante suas vidas ‘normais’ – quanto os daquele fatídico evento coletivo…

Estaríamos poupados de inúmeros desfalques se conseguíssemos acessar esta mesma intensidade, já presente em nós mesmos. Poupados de inúmeros dissabores se nos permitíssemos ao ingresso gratuito neste transe inerente ao estado Natural...

…sem droga nenhuma
…sem a droga da ilusão!

LibaN RaaCh
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