quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Receita da Vovó

O sofrimento que parece interminável é fruto de um desejo de sofrer sozinho. Quando nos abrimos para o sofrimento alheio, a proporção maior do sofrimento no outro torna nosso sofrimento menor.

Mas, por que deveria eu me abrir ao sofrimento alheio quando mal consigo conviver com o meu próprio sofrimento?

Enquanto ainda permanecermos neste paradigma, o melhor mesmo é ficar ‘curtindo’ o próprio sofrimento.

‘Curtindo’... como se faz ao depurar um molho de tomates.

Deixa-se o molho em fogo baixo para que a ação contínua e lenta e suave do fogo elimine os excessos que deixariam o molho aguado. Como a abrasante mágoa faz emergir lágrimas embargadas na garganta. Como as lágrimas escorridas eliminam os nós na garganta e depuram as intragáveis mágoas que nos queimam por dentro.

Neste Natal, junte à sua solidão a solidão do outro e viva o milagre da comunhão.

A pitadinha de açúcar para quebrar a acidez do tomate – segredo da boa cozinha, segredo da receita da vovó – é dada na partilha honesta de nossa mais profunda e solitária dor com alguém de escuta verdadeiramente solidária e isenta de julgamentos.

LibaN RaaCh

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