Há de haver meios de alterar corações gélidos e petrificados de pessoas empenhadas, exclusivamente, aos bens pessoais.
Pressuponho a certeza da eficácia se
tais meios provocarem episódios cruéis na vida dos portadores de
insensibilidade. Porque quanto mais a pessoa se torna fechada ao
desconforto alheio, mais cruel é o episódio a ela reservado pela própria vida
em nome da restituição do que lhe resta, ainda, de humanidade. Nenhuma intenção
agourenta há aqui. Apenas a simples constatação da dinâmica do viver.
Porque os fins serão atingidos, os fins
de uma civilização predominantemente voltada ao bem-estar coletivo através do
autêntico bem-estar individual, mesmo que ao preço do fim da civilização atual
e de todos os seus princípios regentes.

Para não nos transformarmos em despojos
humanos, deveremos nos despojar de tudo que se afigura como falta de
humanidade, como falta de apreço às manifestações da vida; deveremos nos despojar
das barreiras ao espontâneo e ao extemporâneo de um viver completamente isento
de qualquer obrigação.
Só quem a nada se sente obrigado pode
dizer ‘obrigado’ de coração limpo, outorgando sua própria carta de alforria ao expressar
gratidão arrebatada e humilde.
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