A multidão...
Há ainda gente em meio ao enxame da multidão?
Deve haver. Disfarçadas de zangões e operárias.
Operárias que não são como as abelhas.
As abelhas produzem mel,
néctar dos deuses e dos homens,
alimento para o corpo e a alma.
Abelhas não resistem à própria violência:
morrem tão logo praticam a picada com o seu ferrão.
Quanta gente aplica seus ferrões em palavras aguilhoantes,
em indiferenças mortuárias, em ironias destrutivas,
e continuam a sobreviver
e continuam a se comprazer disso?
Definitivamente, as abelhas operárias não são como as operárias suburbanas!
Suburbanas...
Aprenderam a retirar seu alimento do fel
tantas foram as ferroadas aplicadas e tantas sofridas.
Acostumaram-se a viver do fel.
Ao encontro inadvertido com a indulgência,
com alguém capaz de empatia autêntica,
de íntima e respeitável conectividade,
respondem com desprezo
porque causa espanto,
porque remete à dor de uma verdade simples:
a invalidez nos alicerces de seu castelo de vidro.
É importunice aguda a existência de um ser desta natureza, com esta aptidão!
E por toda uma vida
estarão convencidas do julgamento acertado
em quanto é desprezível um ser que teima
na incandescência da meiguice e da doçura do mel,
à despeito das investidas rancorosas do fel.
O quanto devem manter longe...
bem longe...
um ser desta natureza
ou
esta natureza do Ser...
LibaN RaaCh
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