domingo, 27 de novembro de 2011

A Saga ou a Praga da Meditação


Enquanto crianças – até mesmo na maioria dos adultos – ainda não possuímos o suficiente desenvolvimento psíquico e orgânico para a completa noção, a completa consciência, do que me inclino a chamar de “mônada”, por falta de outra denominação do elemento indestrutível presente em cada individualidade.

O termo “mônada” parece o mais próximo do sentido de unidade e indestrutibilidade deste elemento contido no corpo físico perecível, neste corpo que recebe um nome ao desbravar o ventre materno; contido no substrato de todas as emoções e sentimentos pelos quais passamos nas contingências da trajetória chamada “vida”.

Este substrato, tido por eterno e imperecível; este núcleo, que traz em si o atributo da onisciência e da onipresença; este centro com alto poder magnético facilitador da mais intensa ternura comungada pela compaixão; este pólo para onde converge toda diversidade de expressões humanas e de onde se expande o forte sentimento de filiação originalmente única entre todos os seres viventes; é o que eu chamo de “mônada”.

Menos me importo em obedecer a nomenclaturas – concordantes ou discordantes em relação a determinadas doutrinas – do que com a lealdade que ora urge por manifestação, pois de há muito vem me intrigando... vem amadurecendo.

Por isso, o conceito considerado aqui de ‘mônada’ pode divergir da exatidão apregoada em outras linhas teóricas.

Pois então...

À mônada nada pode subtrair ou acrescentar.

O simples resvalar na mônada em nossos estados meditativos já é suficiente para demonstrar a completa invalidez em nossas preocupações rotineiras.

Eu, de mim mesmo, afasto a presunção de afirmar que vivi a unidade com a mônada. Contudo, seria mentira de minha parte dizer que não guardo a nítida impressão de ter ousado resvalar nela. Assim como muitos confrades.

E por esta ousadia, paguei o preço de ver os alicerces conceituais que sustem a minha existência de carne e osso ruírem sob meus pés.

Muito além da compreensão racional dos dizeres de Fernando Pessoa, compartilho do mesmo sentimento de que “hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu”.

LibaN RaaCh

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