segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Poção do Amor

Quão cônscios somos do grau de nossa desimportância no fluxo de experiências verdadeiramente marcantes em nossas vidas?

Quão intensa é a afirmação para nós mesmos de nossa insignificância em relação aos fatos marcantes de nossas vidas?

Dedicar-se com afinco em curso preparatório para a conquista de alguma posição acadêmica ou profissional é de suma importância, alguns poderiam dizer e, realmente, eu concordo, faz a diferença na vida de uma pessoa. É inegável a importância e o marco obtido através de um diploma ou certificado de algum curso no referente à remuneração que dita a melhor, ou pior, condição material de vida.

No entanto, sabemos de incontáveis pessoas detentoras de condições materiais satisfatórias de vida sem que tenham, ainda, nenhum fato indelével no fundo de suas almas. Podem ter conquistado o diploma de segundo grau, o vestibular, um ótimo emprego; podem ter vivido as agruras de um acidente, a morte de um ente querido, a doença, o desprezo de uma paixão; o casamento, o nascimento do primeiro filho e tantos outros eventos considerados marcos na vida sem, contudo, que nenhum deles tenha realmente deixado marca inextinguível e eterna.

Existem eventos que permanecem por longa data em nossas mentes e emoções, correspondendo ao encargo de grandes marcos em nossas vidas. Deixam marcas consideradas indeléveis, mas que exercem, apenas, o papel de expurgos. Realizam a função ingrata de, por meio delas, desobstruirmos as vias de acesso à poção infinitesimal de nossa constituição.

Nesta poção infinitesimalmente pequena de nossa constituição não cabem os títulos que, porventura, tenhamos colecionado; não cabem as dezenas de metros em ataduras usadas nas nossas feridas, nas feridas físicas e nas emocionais; não cabe a quantidade de lágrimas vertidas, nem as ondas sonoras dos risos prazerosos; não cabem as horas de insônia e preocupação, nem as muitas horas de trabalho duro...

Retrucaria você:
    Poxa! Mas, então, não cabe nada aí nesta poçãozinha de nada?
    Isto mesmo, responderia eu, cabe apenas o nada... o Nada que é Pleno... o Pleno que é a Divindade... o Deus que é você!

LibaN RaaCh
    

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