Acredito ter atingido um ponto – na infinita senda da
evolução – onde nada mais há para ser acrescentado no referente à observação de
mim mesmo em relação às situações vividas. Nisto há reconhecimento dos meus
limites, nenhuma glória...nenhuma glória vã...
“Um olho no padre e outro na missa” já não desvela nada
de novo, pelos anos devotados a dissecar o padre e discernir todos os elementos
da missa.
Parece que estou de frente a uma escada que leva a um
alçapão, porém nem a porta do alçapão está aberta e nem a escada está
disponível. E ao voltar-me para a paisagem que se me apresenta neste patamar
onde me encontro, nada há de atrativo. Nada que tenha ‘pegada’ profunda e
inédita.
O mundo tem exemplos, ainda que raros, de pessoas que
manifestaram obra original após terem chegado à posição semelhante em que eu –
e muitos confrades – estamos. Obra de proporções tão originais e abarcantes das
forças envolvidas no moto-contínuo da evolução humana que consegue tocar cada
uma das almas viventes deste orbe.
E este toque vem de encontro a algo presente no âmago de cada
um, a algo inacessível pelas vias delimitadas por padrões culturais. Por isso,
a totalidade dos autores de obras desta proporção tem histórico atípico e fora
de série. Pois é impossível desvelar a via de acesso universalista seguindo padrões.
Estamos em região fronteiriça onde, enquanto reles
mortais, resta-nos, apenas, cultivar a atitude de receptividade para quando
houver a abordagem convidativa. Que este convite nos encontre aptos em
reconhecê-lo e, mais além, suficientemente corajosos em aceitá-lo, pois será nossa
passagem pela fronteira da imortalidade.
Esta é uma passagem que se atravessa sozinho...
Absolutamente só e nu...
Despojado, até mesmo, da mais vaga intenção em ser autor
de alguma obra original.
Quantos de nós podemos afirmar que estamos prontos?
LibaN RaaCh
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