domingo, 11 de dezembro de 2011

Eis-me aqui!

Depois de um trabalho intenso e ininterrupto, concentrando atenção aos movimentos internos (no âmbito mental e emocional) suscitados por circunstâncias, fatores e pessoas; hoje me encontro em região intransponível pelas minhas próprias forças.

Acredito ter atingido um ponto – na infinita senda da evolução – onde nada mais há para ser acrescentado no referente à observação de mim mesmo em relação às situações vividas. Nisto há reconhecimento dos meus limites, nenhuma glória...nenhuma glória vã...

“Um olho no padre e outro na missa” já não desvela nada de novo, pelos anos devotados a dissecar o padre e discernir todos os elementos da missa.

Parece que estou de frente a uma escada que leva a um alçapão, porém nem a porta do alçapão está aberta e nem a escada está disponível. E ao voltar-me para a paisagem que se me apresenta neste patamar onde me encontro, nada há de atrativo. Nada que tenha ‘pegada’ profunda e inédita.

O mundo tem exemplos, ainda que raros, de pessoas que manifestaram obra original após terem chegado à posição semelhante em que eu – e muitos confrades – estamos. Obra de proporções tão originais e abarcantes das forças envolvidas no moto-contínuo da evolução humana que consegue tocar cada uma das almas viventes deste orbe.

E este toque vem de encontro a algo presente no âmago de cada um, a algo inacessível pelas vias delimitadas por padrões culturais. Por isso, a totalidade dos autores de obras desta proporção tem histórico atípico e fora de série. Pois é impossível desvelar a via de acesso universalista seguindo padrões.

Estamos em região fronteiriça onde, enquanto reles mortais, resta-nos, apenas, cultivar a atitude de receptividade para quando houver a abordagem convidativa. Que este convite nos encontre aptos em reconhecê-lo e, mais além, suficientemente corajosos em aceitá-lo, pois será nossa passagem pela fronteira da imortalidade.

Esta é uma passagem que se atravessa sozinho...
Absolutamente só e nu...
Despojado, até mesmo, da mais vaga intenção em ser autor de alguma obra original.

Quantos de nós podemos afirmar que estamos prontos?

LibaN RaaCh

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