Se tiver a alma assaltada pelo desespero, contemporize...
fique com o desespero, aceite-o, olhe para ele, permita a você senti-lo em toda
intensidade, como quando – à noite – prostramo-nos sentados defronte ao mar...
...a brisa resvalando por nossa fronte,
...o murmúrio das ondas incessantes penetrando nossos
ouvidos,
...a iridescência do luar cintilando no encrespado oceano,
Impossível discernir onde termina o horizonte, onde começa
o noturno céu!
Nesta atmosfera à beira-mar...
Enlevado pelas forças da beira-mar...
Acolhidos enternecedoramente pela beira-mar...
Deixe a sensibilidade vir à tona
E contemporize...
Contemporize as surras apanhadas
Através da cinta que assoviava cortando o ar,
Através da mão do semelhante estralando ao encontro de
nosso semblante,
Através do ‘não’ de nossas investidas afetivas,
Pelas portas fechadas aos nossos empreendimentos,
Pela notícia de uma filha ou irmã desonradas...
...De tantas filhas-irmãs desonradas, minha Mãe!
A tudo contemporize defronte ao mar aberto,
Defronte ao amar aberto!
LibaN RaaCh
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