Temos o péssimo hábito de considerar como oportunidades perdidas as situações apresentadas pela vida onde, se tivéssemos nos comportado de maneira diferente da qual de fato nos comportamos, haveria um resultado melhor para nós mesmos e para nossas vidas.
Há, por trás disto, uma lastimável visão falsa do tempo –
como se o ‘hoje’ fosse desprovido de qualquer possibilidade de realização – que
esconde algo mais lastimável e mais falso ainda: o profundo descontentamento
atual, o profundo sentimento de frustração por acreditar que não fomos capazes
de realizar nada, não fomos capazes de conquistar nada (nem uma casa própria,
nem a estabilidade financeira, nem estabilidade nos relacionamentos e muito
menos um estado de segurança definitiva ausente, também, naqueles que
conquistaram casa própria e estabilidade financeira).
Quando se tira proveito de oportunidades sem estar oportunamente amadurecido, como acontece de hábito, ficam implantados conflitos
que resultam em luta e violência. Assim, travestimos supostos concorrentes com a máscara de um leão para fundamentar a frase: "temos que matar um leão por dia"!
O conceito social de oportunidades envolve, somente, as chances
de alguém executar determinadas tarefas que, quanto mais tempo ocupam e
quanto mais bem remuneradas, consideram-nas ótimas... ótimas oportunidades.
Algo, talvez, esquecido por esta visão condicionada é a
absoluta inconsistência em qualquer atividade externa pela permanência de um estado
de realização.
Quem vive em função do mais compenetrado respeito à quietude interior obtém nutrientes em todas as seivas... mesmo em
cactos espinhosos.
O ponto essencial está em: existe alguma atividade dita
profissional que possa ser exercida sem ferir o princípio básico da quietude
interior?
LibaN RaaCh
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