domingo, 18 de setembro de 2011

O Sacro Ofício de Viver!

Faço um convite a você, caro leitor, para visualizar a seguinte cena:

Vamos caminhar, através de uma estrada qualquer, onde no início desta estrada há uma capela, ou melhor, há um recinto (evitamos, assim, menção a vocábulos de cunho religioso, que poderiam suscitar resistência aos adeptos de outras religiões ou ateus, ferindo meu princípio de escrever de forma adoutrinária – algo diferente de antidoutrinária, pois inexiste em mim qualquer intento em ser contrário, ou a favor, de alguma doutrina). Neste recinto há um altar de sacrifícios e lá depositaremos a nossa oferenda, contendo o nosso melhor ou o nosso pior. Pouco importa. Importa mais o fato de nos sujeitarmos ao percurso do caminhar entre estas linhas que ora estão aqui escritas.

A única preocupação presente quando escrevo está em dar fluência, o mais fielmente possível, a esta maneira de manifestar o que existe de mais natural e valioso em mim.
E quando o mais valioso encontra sua manifestação menos poluída, opera milagres.
É um milagre a provisão de um estado de bem-aventurança – em primeira instância – neste que vos escreve.

Imbuído deste estado fica mais profícua a injeção da bem-aventurança naquilo que estamos fazendo: pode ser o escovar dos dentes, ou um banho revitalizador, ou um gostoso cafezinho, ou um ovo frito, ou varrendo a casa, ou passando pano nos móveis, ou no percurso ao trabalho, ou na fila, ou falando, ou escrevendo...
O ato mecânico - em si - ganha uma nova dimensão com a dádiva da bem-aventurança e exerce uma inegáve
l influência de conforto, à moda de uma operação milagrosa.

Uma vez que nos sentimos confortavelmente instalados, seja lá qual for o lugar ou a posição que estejamos ocupando neste exato instante, todos os incômodos e desconfortos evaporam.
 
                      Alguns poderão dizer agora: 
                     — Ah! Isto é coisa de outro mundo, não é deste mundo. E eu vivo neste mundo. Preciso de algo aplicável neste mundo onde eu estou vivendo.

E eu respondo:
Sim, isto é coisa fora deste mundo... fora deste mundo de situações a serem vencidas, de pessoas a serem combatidas, de posições a serem conquistadas, do bem-estar a ser adquirido. Este é o mundo fabricado por nossas cabeças.

Se, até hoje, o produto de nossas cabeças tem apresentado sérios defeitos de fabricação, por que insistir em devolver para a fábrica consertar?
Por que negar a incineração do produto – e da fábrica também – na fornalha deste singelo estado de bem-aventurança?
O altar deste estado tem morada no recesso de nosso coração. Imbuídos deste estado de bem-aventurança no altar dos nossos corações executamos o sacro ofício de bem viver.

Simples assim...

LibaN RaaCh

2 comentários:

  1. Parece que a "coisa" está lhe tomando...
    Solte-se e derreta-se

    ResponderExcluir
  2. Tomou a todos nós, confrade amigo, e 'nela' estamos nos embriagando...
    O melhor porre de nossas vidas!

    ResponderExcluir

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