Uma menininha entretida e focada em sua boneca a
tiracolo, desapercebida dos obstáculos em sua caminhada, acaba se embaraçando
no ramo de espinhos em meio ao caminho.
É assim que podemos classificar os pensamentos tidos por
nossos: como um ramo de espinhos.
Neles nos embaraçamos e ficamos sujeitos (melhor dizendo:
objetos) a tormentos de toda espécie. Por nos distrairmos em alguma forma de
entretenimento, quer seja a dedicação exclusiva ao trabalho, ou o empenho nos
estudos, ou o apego ao conhecido, ou mesmo a concentração pela busca, tudo isto
se configura como uma bonequinha levada a tiracolo por uma menina.
Tão lesivo quanto um ramo de espinhos, os pensamentos
podem assumir a simbologia de uma coroa de flores, uma coroa do mais reluzente
ouro cravejado das mais excelentes gemas de safira e esmeralda.
Um dos pouquíssimos dignitários de uma coroa do porte
desta autêntica majestade viveu seus dias espargindo compaixão e misericórdia aos
miseráveis de toda espécie... e seus dias terminou com um ramo de espinhos em
forma de coroa cravejada em sua cabeça.
Nem o fato de ser dignitário de genuína majestade, nem os
espinhos cravejados em sua cabeça O entretiveram de uma espontânea e
descontraída comunhão de Seus movimentos à regência numinosa pelo Maestro das
Esferas.
LibaN RaaCh